sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Em memória das vítimas do holocausto / Estágio no Instituto Português da Juventude (Braga)

No âmbito da iniciativa “Hoje é Dia” dedicado ao Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto (27 de Janeiro de 2009), o estagiário do Curso de Filosofia da FacFil, Higino Lombe, proferiu uma palestra sobre o significado desta efeméride no auditório do IPJ (Braga). Assistiram várias turmas de alunos da Escola Francisco Sanches e de Maximinos de Braga.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Televisão e atitude crítica / Estágio no Instituto Português da Juventude (Braga)

No dia 21 de Novembro de 2008 o Instituto Português da Juventude, delegação de Braga, organizou uma palestra sobre o tema "A televisão e a sociedade", proferida por João Vilaça, formado em Comunicação Social pela Universidade do Minho. A palestra foi integrada no âmbito da rubrica Hoje é Dia, e tinha como objectivo abordar a importância da televisão nos diversos âmbitos da vida social.
A rubrica Hoje é Dia é uma iniciativa que tem como objectivo divulgar, através de palestras temáticas as datas que marcam acontecimentos importantes. O dia mundial da televisão é uma dessas efemérides instituída pela Assembleia das Nações Unidas, em 1996.
Dada a especificidade do público a que esta palestra se dirigia - maioritariamente constituído pelos alunos do ensino secundário da escola Francisco Sanches - a actividade teve uma dinâmica especial, muito interactiva, com a participação directa dos alunos, através de um jogo de perguntas e respostas. O jogo consistia num conjunto de perguntas, às quais os alunos eram obrigados a responder em grupo, apresentando posteriormente os resultados à plateia. Porém, este momento era precedido da discussão do tema e da eleição de um representante com a função de apresentar as perguntas à plateia.
Devemos sublinhar que esta metodologia mais aberta e assente na participação está em verdadeira consonância com o espírito e a dinâmica das iniciativas típicas do Instituto Português da Juventude, organismo que desenvolve com muito êxito actividades de educação não formal. Estas actividades contribuem para a educação integral do homem, complementando e diversificando os conteúdos programáticos curriculares desenvolvidos na escola de um modo mais formal e sistemático. Esta metodologia aproxima-se daquilo a que muitos autores chamam mais propriamente de “modelo de animação”.
A animação pode ser implementada com sucesso tanto na educação formal como na educação não formal. É sua pretensão promover no educando um acréscimo de informação, de experiência e de consciencialização. Consciencializar é formar ou despertar a consciência de alguém para determinada facto. Neste caso o objectivo específico foi a consciencialização para a importância de uma atitude crítica quando se está diante da televisão. A televisão é um tema actual e inesgotável, transversal a diversas áreas, com grandes impactos na família e na sociedade, na educação e formação dos jovens, na comunicação, nas crenças e nos comportamentos. A sua importância agiganta-se quando se analisa e reflecte o seu impacto na maneira como as pessoas percepcionam e avaliam o mundo.
Enquanto fenómeno sociológico, a televisão é capaz de instaurar gostos e propensões, ou seja, de criar necessidade e tendências. Uma das tarefas da animação deverá consistir na consciencialização da sociedade do papel que a televisão tem para todos nós. Concretamente, deve mostrar que, apesar da sua importância incontornável, é necessário evitar um consumismo irracional e acrítico. Portanto, a questão da televisão não se esgota nos limites da análise sociológica, mas é também uma questão filosófica, ético-filosofica se quisermos.
É, sobretudo, perante o fenómeno da publicidade na televisão que a exigência da consciencialização do espectador se torna ainda mais premente. De facto, nem sempre a publicidade cumpre as normas éticas de respeito pela pessoa do espectador, colocando em risco a sua saúde mental e não só. A pessoa que se senta diante de um ecrã deve desenvolver uma participação activa ou de vigilância. “No instante em que alguém se senta diante da televisão acontece uma experiência bastante nova. Está-se diante de uma superfície branca e, no instante em que se apaga a luz, somos levados a esperar com todas as nossas forças algo que não se sabe ainda o que seja; e que, em todo o caso, é desejado e valorizado pela nossa tensão. A partir do momento em que se delineia a imagem e se desenvolve o discurso… existem varias possibilidades de empenho psicológico, que vão do discernimento crítico mais completo (a pessoa que se levanta e vai embora aborrecida), ao juízo crítico que acompanha a fruição, ao abandono inadvertido…”[1]. Porém, o que acontece frequentemente é que as possibilidades de uma tal vigilância crítica são reduzidas.
Foi esta questão da vigilância que mais interesse despertou nos alunos. O facto de tomarem consciência de que o discurso que a televisão passa nem sempre é imparcial e que pode estar dependente de interesses económicos e não só, provocará neles a reflexão e o interesse por aprofundar e desenvolver a sua actividade crítica.

[1] ECO, Humberto - Apocalípticos e Integrados. tradução de Helena Gubernatis, Lisboa, Difel, 1991, p. 368.

Texto elaborado por Higino Lombe, aluno de Filosofia da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, em estágio no Instituto Português da Juventude (Braga).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Entrevista de Heiton Gomes à artista Cármen Faria / Estágio na Junta de Freg. de São Victor

Texto da entrevista conduzida pelo aluno Heiton Gomes à artista Cármen Faria, na sequência da exposição de pintura realizada na Galeria da Junta de Freguesia de São Victor, onde realiza o seu estágio do primeiro semestre (08-09).



(para ampliar clique nas imagens)

- Fonte: Boletim Informativo da Junta de Freguesia de São Victor - Braga, nº 6 Dezembro de 2008
- Trabalho publicado também no Jornal "Diário do Minho" - Suplemento Cultura, 14 Jan. 2009, pp. II e III

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A Filosofia como “Arte de Pensar”. O Inquérito aos Alunos de Filosofia do Ensino Secundário

Um dos objectivos do Inquérito realizado na Faculdade de Filosofia aos alunos de Filosofia do Ensino Secundário consistia em identificar o que é que na Filosofia mais lhes despertava interesse. Curiosamente, das várias hipóteses apresentadas (a filosofia como arte de pensar, problemas do mundo actual, temática da argumentação, temática do conhecimento e da ciência, temática dos valores, coerência intelectual, história da filosofia), os alunos sublinharam o interesse pela Filosofia enquanto “arte de pensar”. Esta resposta surpreendeu-me e despertou a minha própria curiosidade, tendo-me colocado a mim mesmo a seguinte questão: num contexto de pós-modernidade, será legítimo ainda falar da Filosofia como arte de pensar? Será que o nosso panorama cultural nos permite olhar para a Filosofia de tal forma?
Mais do que simples palavreado, os resultados concretos mostram que a Filosofia como arte de pensar não é coisa do passado. O interesse pela Filosofia como uma forma de organizar o pensamento, manifesta a importância que ela tem, não só como uma disciplina escolar, mas sobretudo como uma forma de organizar um conjunto de realidades que não se restringem apenas a questões teóricas. A arte de pensar pode ser aplicada a várias áreas, desde sociais e políticas, à área do conhecimento, às questões éticas, só para citar algumas.
Muitas vezes ignoramos que podemos aplicar a estrutura mestra da filosofia como arte de pensar a outras áreas do saber humano. Assim, o olhar para a filosofia ganha outro sentido, e quando se dá a oportunidade aos alunos que se preparam para um curso universitário, seja ele qual for, de reflectirem de forma crítica sobre a sua maneira de olhar para a realidade, sobre a sua maneira de estruturar o pensamento, alcançam certamente uma ferramenta importante que eles levarão para as suas escolhas de vida e de profissão. O que quer dizer que a filosofia não se reduz à resolução dos problemas tradicionalmente conhecidos. Como arte de pensar ela amplia o horizonte dos alunos, permitindo-lhes uma maior capacidade de escolha. Fazê-los reflectir filosoficamente é proporcionar-lhes a oportunidade de serem autónomos.
Este inquérito patenteia a importância e a necessidade da filosofia para o nosso modo de olhar para a realidade. Todos nós sabemos da importância da ciência e de como veio revolucionar a nossa vida, para melhor. Porém, não deixa de ser curioso e preocupante o facto de, aos poucos, a Filosofia deixar de ter o seu lugar na sociedade. Vivemos num cenário em que a necessidade de explicação da origem das coisas parece desnecessário. Embora outras ciências se preocupem com a origem dos seus objectos de estudo, só a Filosofia se preocupa com a origem das coisas em geral, com as origens da estrutura da realidade por exemplo. Por isso, o papel da filosofia, como arte de pensar é de facto insubstituível, um papel essencialmente crítico que visa captar a estrutura da realidade, constituindo sempre um motivo de reflexão.
Texto de Higino Lombe, aluno de Filosofia da Universidade Católica, em estágio no Instituto Português da Juventude (Braga)