Um dos objectivos do Inquérito realizado na Faculdade de Filosofia aos alunos de Filosofia do Ensino Secundário consistia em identificar o que é que na Filosofia mais lhes despertava interesse. Curiosamente, das várias hipóteses apresentadas (a filosofia como arte de pensar, problemas do mundo actual, temática da argumentação, temática do conhecimento e da ciência, temática dos valores, coerência intelectual, história da filosofia), os alunos sublinharam o interesse pela Filosofia enquanto “arte de pensar”. Esta resposta surpreendeu-me e despertou a minha própria curiosidade, tendo-me colocado a mim mesmo a seguinte questão: num contexto de pós-modernidade, será legítimo ainda falar da Filosofia como arte de pensar? Será que o nosso panorama cultural nos permite olhar para a Filosofia de tal forma?
Mais do que simples palavreado, os resultados concretos mostram que a Filosofia como arte de pensar não é coisa do passado. O interesse pela Filosofia como uma forma de organizar o pensamento, manifesta a importância que ela tem, não só como uma disciplina escolar, mas sobretudo como uma forma de organizar um conjunto de realidades que não se restringem apenas a questões teóricas. A arte de pensar pode ser aplicada a várias áreas, desde sociais e políticas, à área do conhecimento, às questões éticas, só para citar algumas.
Muitas vezes ignoramos que podemos aplicar a estrutura mestra da filosofia como arte de pensar a outras áreas do saber humano. Assim, o olhar para a filosofia ganha outro sentido, e quando se dá a oportunidade aos alunos que se preparam para um curso universitário, seja ele qual for, de reflectirem de forma crítica sobre a sua maneira de olhar para a realidade, sobre a sua maneira de estruturar o pensamento, alcançam certamente uma ferramenta importante que eles levarão para as suas escolhas de vida e de profissão. O que quer dizer que a filosofia não se reduz à resolução dos problemas tradicionalmente conhecidos. Como arte de pensar ela amplia o horizonte dos alunos, permitindo-lhes uma maior capacidade de escolha. Fazê-los reflectir filosoficamente é proporcionar-lhes a oportunidade de serem autónomos.
Este inquérito patenteia a importância e a necessidade da filosofia para o nosso modo de olhar para a realidade. Todos nós sabemos da importância da ciência e de como veio revolucionar a nossa vida, para melhor. Porém, não deixa de ser curioso e preocupante o facto de, aos poucos, a Filosofia deixar de ter o seu lugar na sociedade. Vivemos num cenário em que a necessidade de explicação da origem das coisas parece desnecessário. Embora outras ciências se preocupem com a origem dos seus objectos de estudo, só a Filosofia se preocupa com a origem das coisas em geral, com as origens da estrutura da realidade por exemplo. Por isso, o papel da filosofia, como arte de pensar é de facto insubstituível, um papel essencialmente crítico que visa captar a estrutura da realidade, constituindo sempre um motivo de reflexão.
Texto de Higino Lombe, aluno de Filosofia da Universidade Católica, em estágio no Instituto Português da Juventude (Braga)
Mais do que simples palavreado, os resultados concretos mostram que a Filosofia como arte de pensar não é coisa do passado. O interesse pela Filosofia como uma forma de organizar o pensamento, manifesta a importância que ela tem, não só como uma disciplina escolar, mas sobretudo como uma forma de organizar um conjunto de realidades que não se restringem apenas a questões teóricas. A arte de pensar pode ser aplicada a várias áreas, desde sociais e políticas, à área do conhecimento, às questões éticas, só para citar algumas.
Muitas vezes ignoramos que podemos aplicar a estrutura mestra da filosofia como arte de pensar a outras áreas do saber humano. Assim, o olhar para a filosofia ganha outro sentido, e quando se dá a oportunidade aos alunos que se preparam para um curso universitário, seja ele qual for, de reflectirem de forma crítica sobre a sua maneira de olhar para a realidade, sobre a sua maneira de estruturar o pensamento, alcançam certamente uma ferramenta importante que eles levarão para as suas escolhas de vida e de profissão. O que quer dizer que a filosofia não se reduz à resolução dos problemas tradicionalmente conhecidos. Como arte de pensar ela amplia o horizonte dos alunos, permitindo-lhes uma maior capacidade de escolha. Fazê-los reflectir filosoficamente é proporcionar-lhes a oportunidade de serem autónomos.
Este inquérito patenteia a importância e a necessidade da filosofia para o nosso modo de olhar para a realidade. Todos nós sabemos da importância da ciência e de como veio revolucionar a nossa vida, para melhor. Porém, não deixa de ser curioso e preocupante o facto de, aos poucos, a Filosofia deixar de ter o seu lugar na sociedade. Vivemos num cenário em que a necessidade de explicação da origem das coisas parece desnecessário. Embora outras ciências se preocupem com a origem dos seus objectos de estudo, só a Filosofia se preocupa com a origem das coisas em geral, com as origens da estrutura da realidade por exemplo. Por isso, o papel da filosofia, como arte de pensar é de facto insubstituível, um papel essencialmente crítico que visa captar a estrutura da realidade, constituindo sempre um motivo de reflexão.
Texto de Higino Lombe, aluno de Filosofia da Universidade Católica, em estágio no Instituto Português da Juventude (Braga)
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